segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A COMUNICAÇÃO COMO INSTRUMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL – AÇÕES DE RELAÇÕES PÚBLICAS

Por: Vanessa Dantas

RESUMO:
Este artigo objetiva demonstrar como o uso adequado dos canais de comunicação colabora para o desenvolvimento empresarial, com a construção e consolidação de uma imagem institucional favorável frente à opinião pública. O foco da discussão é a nova visão empresarial para os negócios do século XXI. As idéias fundamentam-se a partir dos estudos de alguns autores, como a Profª Drª Margarida Kunsch e Profª Izolda Cremonine.

1. INTRODUÇÃO
Todos os dias os indivíduos mantêm relações uns com os outros, trocando experiências e conhecimentos que adquiriram ao decorrer da vida. Seja em uma conversa habitual ou em um acordo de negócios, as pessoas sempre se comunicam, haja vista que o processo comunicativo está presente no cotidiano do ser humano, em todos os instantes. Desse modo, por comunicação entende-se que é o ato de transmitir uma mensagem (emissor) para uma pessoa ou um grupo (receptor), através de um canal (meio pelo qual a mensagem é passada), de maneira que a mesma seja interpretada e compreendida por todos.
No âmbito dos negócios, percebe-se que as empresas buscam constantemente por uma comunicação eficiente para atender a seu público, tanto interno (colaboradores, acionistas, fornecedores) como externo (consumidor, sociedade, mídia).
Entretanto, comunicar vai muito além de pensar em estratégias para atingir os públicos externos. Torna-se necessário que os colaboradores/funcionários tenham conhecimentos sobre as ações praticadas pelas empresas para que exerçam melhor suas atividades, objetivando o melhor desempenho organizacional, como parte integrante do processo de produção da organização.
Desta forma, quanto mais satisfeito e motivado for o funcionário, maior é a probabilidade do aumento da produtividade das atividades e maior é a lucratividade da empresa.
“As ações da empresa devem ter sentido para as pessoas – sendo necessário que encontrem no processo de comunicação as justificativas para o seu posicionamento e comprometimento” (MARCHIORI apud LEITE, não paginado) E é complementado pelo professor Abraham Nosnik, em entrevista à ABERJE (2005, p.29) “A comunicação tem que servir à empresa, assim como a empresa deve servir à sociedade”.
No entanto, caso falte comunicação com os funcionários e se estes estiverem descontentes com as funções que realizam, haverá uma grande possibilidade de chegar aos públicos versões negativas das organizações, através destes funcionários insatisfeitos, prejudicando assim a imagem da organização perante seus públicos.
[...] funcionários descontentes, mal informados, geram prejuízos imensos às organizações porque podem expressar, com mais autenticidade do que outros públicos, os valores positivos ou negativos da cultura organizacional. Fica fácil acreditar no que eles dizem porque, afinal de contas, eles estão vivendo lá dentro. Como sabemos, a imagem e a reputação se formam assim, a partir de pequenas vivências e convivências e os públicos internos têm papel fundamental neste processo (BUENO apud LEITE, não paginado).

Hoje, a sociedade, particularmente a massa consumidora, está mais exigente em relação aos seus direitos, por isso buscam conhecer mais o processo produtivo dos bens ofertados pelas empresas. Em função disso, as empresas necessitam deixar evidente o que faz para quem faz e por que fazem, através de sua missão, valores e políticas, maneiras de esclarecer ao público externo e também para o interno qual o motivo de existência do empreendimento.
“A Comunicação para o público externo busca informar a população atingida pelo empreendimento sobre a existência do mesmo, como ele pode interferir e modificar a sua vida e quais as melhores maneiras de conviver com essa nova realidade.” [1]
Nesse contexto, percebe-se que a comunicação é um elo para que as empresas possam esclarecer a sociedade suas atividades, fortalecendo a idéia da relevância comunicacional para o sucesso do empreendimento.
2. COMUNICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL.
No período de 1960 a 1980, o Brasil passou por uma situação política conturbada, o governo marcado por um regime totalitário impedia que a opinião pública se manifestasse. Dessa forma, com o passar dos anos e a implantação do regime democrático, a opinião pública tornou-se algo novo para os grupos sociais impulsionados pelas necessidades mercadológicas de integração envolvendo os aspectos de oferta e demanda. Houve destaque para a importância do cidadão/cliente/consumidor.
Com os direitos dos cidadãos conquistados pouco a pouco, e manifestados em situações e reações sociais como: Diretas já, eleições e Código de Defesa do Consumidor, houve um considerável fortalecimento da sociedade e uma grande mudança no comportamento do consumidor.
Dessa maneira, os indivíduos começaram a tomar iniciativas frente às empresas, reivindicaram seus direitos e exigiram mais. A partir de então, os empreendedores perceberam a importância de se comunicarem com seus públicos.

As empresas passam a dar maior atenção a essa nova configuração e assumem a necessidade de comunicar-se com os públicos com os quais elas se relacionam: funcionários, clientes, fornecedores, imprensa, comunidade, governo etc. Assim, a Comunicação adquire função eminentemente estratégica, uma vez que as instituições passam a ter consciência da importância da imagem institucional no mundo dos negócios. (CREMONINE, 2005 p.1)
Segundo a autora, as empresas atuais têm consciência que o objetivo é buscar o lucro e estar sempre com o saldo positivo. No entanto, é enfatizado que para que a empresa tenha um bom rendimento na comercialização de seus produtos ou serviços, a sua imagem diante de seus diversos públicos, tanto o interno, como o externo deve ser favorável, de maneira que a reputação seja positiva e que o empreendimento possua credibilidade. Sendo assim, o resultado da oferta dos produtos/serviços comercializados pelas empresas está intimamente ligado à imagem institucional, pois as qualidades das empresas são transferidas para os bens oferecidos.
O século XXI apresenta como fator de poder a informação - e a informação é matéria fundamental para a comunicação. Seu uso e controle, de forma planejada, a partir dos objetivos determinados pela empresa, nortearão as instituições que se prepararam para a perenidade (CREMONINE, 2005, p.1).
Assim, para que haja excelência comunicacional e consequentemente construção de uma imagem satisfatória, as organizações precisam estar atentas aos processos comunicativos, selecionando informações de acordo com os anseios e objetivos das empresas para serem difundidas na sociedade, evitando a veiculação de assuntos desagradáveis que venham comprometer a organização.
“A comunicação no século XXI deve ser concebida de forma holística, sendo uma ferramenta estratégica de suporte administrativo para quaisquer setores da empresa” (MEDEIROS, 2008, não paginado). Neste sentido, pode-se dizer que a comunicação deve ser percebida e usufruída por todos dentro de uma organização, de modo que sua aplicabilidade eficiente colaborará para a formulação de planos, estratégias e ações que visem bons resultados com os públicos.
Contudo, uma das maiores dificuldades para uma boa comunicação dentro das empresas atualmente é a falta de tempo. Hoje, as empresas estão em um ritmo muito acelerado, trabalhando diariamente sobre pressão. “A comunicação interpessoal é muito mais lenta que a velocidade da empresa [...]”, como menciona o professor Nosnik (2005, p. 28).
O que deveria ser um ato de comunicação eficiente é substituído pelo ato de informar, para que as pessoas entendam e atuem rapidamente, o que para o professor não é tão difícil, pois se resume em simplesmente emitir uma mensagem. Mas, já comunicar é mais complexo porque sugere que o receptor entenda o que lhe é transmitido, ou seja, com a ação de comunicar espera-se o feedback da mensagem transmitida.
Como conseqüência da incorreta utilização dos canais de comunicação dentro das empresas surge os boatos. Estes podem ser considerados como um canal informal de propagação de informações, cuja credibilidade e veracidade são duvidosos, já que suas origens muitas vezes são desconhecidas. [...] “Quando na empresa falham os canais formais ou não existe uma política correta de comunicação e informação, instala-se o boato como forma alternativa de construção de opinião pública”. [...] (DIAS, não paginado).
As empresas devem atentar para o fato que quanto maior for o grau de excelência comunicacional, com a utilização dos canais formais de comunicação, como jornais internos, intranet, reuniões periódicas, treinamentos, dentre outros, menor será a penetração dos boatos como único meio de comunicação da opinião pública.

[...] E, obviamente que se o processo de comunicação institucionalizado se pautar pela honestidade e pela credibilidade, o boato terá menos possibilidade de nascer e propagar-se, uma vez que as partes nele envolvidas acabarão por sentir-se comprometidas com a vida e os projetos da organização (DIAS, não paginado).

No contexto em qual se vive, marcado pela globalização, disputas mercadológicas acirradas e maiores exigências da sociedade no que diz respeito às relações das organizações com temáticas atuais, como meio ambiente e responsabilidade social, percebe-se a necessidade de adequação por parte das empresas, no sentido de adaptarem suas políticas empresariais, como condição prévia para se estabelecer um relacionamento de comunicação séria, confiável e duradoura com seus públicos, objetivando criar um elo para que a instituição deixe de ser vista somente como uma máquina produtora de bens de consumo, mas também e principalmente como uma instituição comprometida e responsável com os que estão a sua volta.
Hoje o mundo é constituído por relações. E nele, o consumidor e a sociedade impõem às empresas - como condição para estabelecer uma relação regular, saudável, duradoura e benéfica - questões de natureza econômica, social, ambiental, histórica e cultural, observadas ou percebidas nas atitudes das organizações, cobradas pela coerência e responsabilizadas por seus atos (NASSAR, 2007, não paginado).
Para obter êxito em sua empreitada, os responsáveis pela comunicação institucional devem ser conhecedores de outros aspectos como a valorização do consumidor, ecologia, cidadania e a parceria, primordiais em um processo comunicativo que visa alcançar um maior número de consumidores, haja vista que todos são um meio importante de interação empresa-público alvo, pois cada um dentro de sua competência visa ao bem estar e valorização do consumidor, pois se inserem de forma integral na vivência de cada um.
Como se pode perceber as empresas estão investindo pesado para manter a boa aparência e assim causar um grande impacto aos consumidores, sendo tudo isso a construção da imagem institucional. No entanto, é importante compreender que em todo o momento, surgem inovações para conquistar mercados e por fim consumidores novos e fieis.
Entretanto, não é possível afirmar que estas ações serão eficazes em todos os segmentos, pois cada um se identifica de forma diferente a cada questão, sendo desta forma primordial que o profissional da comunicação esteja apto a perceber estas oscilações, para que consiga adaptá-las de forma a conseguir um resultado condizente com as aspirações e determinações da instituição.

3. ATUAÇÃO DO RELAÇÕES PÚBLICAS PARA O DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL.

(...) é imprescindível que se pense a comunicação como processo de construção e disputa de sentidos e o Relações Públicas como o estrategista que prevê e articula os recursos comunicacionais necessários para garantir a circulação de informações/significados selecionados de modo a: demarcar as diferenças, influenciar a estrutura e as regras dadas, fazer com que os públicos reconheçam o valor agregado à organização e institucionalizar (comunicar e fazer reconhecer) a empresa como referência (BALDISSERA, 2001, p. 1).
Assim, pode-se afirmar que o Relações Públicas é um estrategista, responsável por fazer fluir a comunicação com os públicos das organizações, contribuindo com o reconhecimento das mesmas pela sociedade.
Mas, em meados dos anos 1970, quando o Brasil se encontrava em regime ditatorial a profissão de Relações Públicas limitava-se somente a desenvolver funções fragmentadas, como organização de eventos e relação com a imprensa e o governo.
Com as mudanças ocorridas no mundo, como a globalização, desenvolvimento tecnológico, disputas no mercado, maior cobrança da sociedade e com o fim do regime ditatorial no Brasil, as organizações sentiram a necessidade de se adequaram a essas novas exigências, percebendo a necessidade de se comunicarem com seus públicos. Nesse contexto, é que as funções dos RP são percebidas, além de organizar “festinhas” e manter um relacionamento amigável com a imprensa. O que antes era considerado como RRPP tradicional agora tem que ser pensado como RRPP moderna. Havendo a necessidade de se repensar os conceitos e práticas da profissão, pois hoje a visão que se deve ter do RP dentro das organizações é de um dialógico, com capacidade de negociação para atender o público e as organizações, administrando os conflitos, através da leitura do ambiente social e do conhecimento dos públicos que se pretende atingir.
Partindo-se do princípio de que a comunicação corporativa é um setor da empresa importante, responsável por zelar a imagem institucional, de forma a mantê-la sempre positiva perante seus públicos, e concluindo que as funções do profissional de RRPP insere-se nesse contexto, é possível dizer que com o novo perfil dos profissionais nas organizações, tem-se dado maior importância e responsabilidades ao seu trabalho.
Nessa nova etapa, os profissionais de RP terão maior liberdade para exercerem suas funções, haja vista que os profissionais de comunicação corporativa estão passando por um empowerment, ou seja, está sendo delegado cada vez mais a esses profissionais, maior poder na tomada de decisões, de modo que com esse novo perfil o RP poderá atuar de forma mais participativa nas decisões estratégicas das empresas, com seu trabalho mais reconhecido e valorizado, pelo grau de importância e eficiência que possui dentro das organizações.
Com esse novo perfil do profissional, mais participativo às ações empresariais e com maior poder nas realizações das mesmas, será imprescindível a adaptação às novas exigências. De modo que o RP, para desempenhar suas atividades dentro das organizações, terá que buscar mais intensamente aumentar o seu nível de conhecimento.
Um instrumento importante para o trabalho em conjunto do RP com as áreas de marketing, jornalismo e publicidade são as pesquisas.
Pesquisas podem ajudar a determinar o que as pessoas realmente querem dizer quando manifestam agrado ou desagrado em relação a uma empresa – as razões que elas citam para tais sentimentos e, até mesmo, as origens desses sentimentos (LESLY, 1995, p.80).

A pesquisa de opinião pública é um instrumento valioso para as atividades do profissional de RRPP, contribuindo favoravelmente para a formulação dos planos e ações. Através da sua aplicação junto aos públicos de interesse, o RP pode detectar conflitos que atingem a empresa, cujos motivos podem não estar muito claros, assim como identificar de que forma a organização e suas ações são vista pela sociedade. Além disso, o profissional possui o recurso de fazer análise do mercado no qual a empresa pretende atuar, com o intuito de visualizar as necessidades e anseios do público que se tornarão possíveis público/consumidor.
Quando o profissional de RP adquiri conhecimento a respeito do público com o qual se relaciona, as ações voltadas a busca da resolução dos conflitos torna-se possível, pois conhecendo os desejos e necessidades desse público, o pensamento estratégico estará direcionado. Além do mais, com as ações sendo implantadas adequadamente, se torna possível realizar de forma eficiente o trabalho de comunicação e RRPP.
“Pensar uma estratégia de Relações Públicas (RP) exige um conhecimento muito vasto de todos os públicos e principalmente das necessidades desses públicos. Conhecer os públicos potencia RP de qualidade. As ações de RP a desenvolver devem ter em conta a satisfação das necessidades dos públicos para que se consigam captar e fidelizar”(BATISTA, 2008).



4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente, com as novas exigências e transformações por que passa o século XXI, como o avanço e surgimento de novas tecnologias, maior competição de mercado e público/consumidor mais participativo, empresas começaram a perceber que a comunicação é um instrumento importante na esfera dos negócios cujo retorno é imensurável.
Hoje, para o avanço e desenvolvimento empresarial, os gestores das organizações precisam ter consciência que a busca por profissionais capacitados e engajados tornou-se primordial. E é a partir disso, que os profissionais de comunicação, em conjunto, devem realizar suas funções para promover a excelência comunicacional das empresas com seus diversos públicos, pois quem determina o sucesso empresarial é a opinião pública.
Os esforços buscam construir e fortalecer uma imagem institucional satisfatória para a organização. Sendo assim, é fundamental um RP junto aos demais profissionais de comunicação trabalhando para essa solidificação da imagem pública e conceitual da organização, para a formação de uma opinião pública à base da confiança e respeito.



REFERÊNCIAS:
Cremonine, Izolda. Imagem institucional forte, empresa satisfeita. Disponível em < http://www.rpalternativo.ufma.br/artigos/Imagem_institucional_forte_empresa_%20satisfeita.pdf. SP, 2005. Acessado em 28/08/2009 as 19h00
Estratégia, comunicação e relações públicas, disponível em: http://www.portal-rp.com.br/bibliotecavirtual/relacoespublicas/teoriaseconceitos/0148.pdf.%20Acessado%20em%2010/09/2009%20às%2010h30.
LESLY, Philip. Os fundamentos de Relações Públicas e da Comunicação. São Paulo: Pioneira, 1995. P.80
MARCHIORI, Marlene Regina. Cultura organizacional: conhecimento estratégico no relacionamento e na comunicação com os empregados, 2001. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) – Universidade de São Paulo, São Paulo. Disponível em: http://www.universia.com.br/materia/imprimir.jsp?id=10790. Acessado em 30/08/2009 as 20h30
MEDEIROS, Roberta. Importância da comunicação eficaz no século XXI. Disponível em:http://www.administradores.com.br/artigos/importancia_da_comunicacao_eficaz_no_seculo_wwi/23132/fonoaudiologa Acessado em 30/08/2009 as 20h00
Meio Ambiente. Ações Ambientais. Comunicação Social. Disponível em: http://www.furnas.com.br/meioambiente_comusocial.asp.%20Acessado%20em%2030/08/2009 as 18h30
NASSAR, Paulo. A comunicação e o desenvolvimento empresarial. Disponível em: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1808172-EI6786,00-A+comunicacao+e+o+desenvolvimento+empresarial.html. Acessado em: 30/08/2009 as 18h00
Sem comunicação, não há produtividade. Disponível em: http://www.aberje.com.br/novo/revista/4_2005/entrevistanosnik.pdf.%20Acessado%20em%2031/08/2009 as 22h00.
Opinião Pública Interna e Imagem das Organizações. Disponível em: http://www.sociuslogia.com/artigos/opin01.htm%20Acessado%20em%2027/09/2009 às 19h49

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A IMPORTÂNCIA DA SUSTENTABILIDADE PARA A IMAGEM INSTITUCIONAL

Amalia Cordovil Dias Paes
Ediane Cardoso da Silva Duarte
Karla Juliana Marruas Almeida
Vanessa Dantas

RESUMO:
Para o entendimento dos benefícios para a imagem institucional é fundamental o conhecimento dos conceitos de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade e como sua aplicabilidade colabora de forma positiva na construção dessa imagem. Nesse contexto salienta-se a participação decisiva da comunicação e seus elementos, sua importância e a utilização de maneira estratégica com vistas à formação de uma opinião pública favorável e consolidação da imagem perante seus públicos. Para tanto, a identificação das ações de sustentabilidade da empresa corroboram o objetivo do estudo, sendo permeado pela indicação de novas ações assim como sua manutenção, visando a obtenção de resultados favoráveis para a instituição.


1- INTRODUÇÃO
A metodologia utilizada neste artigo consiste em uma revisão do estado da arte permeando a sustentabilidade e a comunicação como elementos possíveis de correlação no uso de promoção de aspectos de integração ao conceito de imagem institucional salientando como exemplo ações identificados na administração da Universidade da Amazônia, UNAMA Pará.
“A humanidade de hoje tem a habilidade de desenvolver-se de uma forma sustentável, entretanto é preciso garantir as necessidades do presente sem comprometer as habilidades das futuras gerações em encontrar suas próprias necessidades" (Agenda 21).
Vivemos hoje em momento crucial em relação às questões ambientais. Nosso planeta dá sinais claros que não suporta mais o ritmo de consumo que imprimimos nos dias atuais. A poluição da terra; da terra; da água e do ar; chegaram a níveis tão altos que em alguns países certas regiões chegam a ter níveis de poluentes que provocam deformidades e problemas gravíssimos de saúde para os habitantes locais.
Chega-se à conclusão que o que se faz aqui reflete obrigatoriamente em toda parte, a sucessão de ocorrências catastróficas ligadas ao clima e ao meio ambiente, constantemente atacados pelo nosso meio de vida; acabaram forçando a humanidade a repensar sua forma de se relacionar com o planeta.
O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios; se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia.
Diante desta constatação, surge à idéia do Desenvolvimento Sustentável (DS), buscando conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e, ainda, ao fim da pobreza no mundo em um conjunto de práticas que procuram demonstrar seu respeito e sua preocupação com as condições do ambiente e da sociedade em que estão inseridas ou onde atuam.
O desenvolvimento sustentável se apresenta como o desafio principal do século 21. Por isso, há alguns anos, iniciou-se uma tendência mundial dos investidores procurarem empresas socialmente responsáveis, sustentáveis e rentáveis para aplicar seus recursos. Assim, a responsabilidade sócio-ambiental passou a ser cada vez mais presente no planejamento das empresas como um elemento estratégico, até mesmo em empresas de alto potencial poluente e fabricantes de produtos que possuem imagens sensibilizadas, como a indústria do tabaco.
A idéia é que tais corporações possam continuar gerando valor para o acionista e, ao mesmo tempo, consigam neutralizar os impactos negativos causados para a sociedade (nesses casos, os esforços são redobrados em conseqüência da pressão dos agentes externos, como a sociedade, o mercado e entidades governamentais.), assim estarão mais preparadas para enfrentar riscos econômicos, sociais e ambientais.

2- O QUE É SUSTENTABILIDADE
Sustentabilidade, segundo Abreu (2008) significa promover a exploração de áreas ou a utilização de recursos planetários, podendo ser naturais ou não, no entanto, de maneira a evitar danos grandiosos[2], ou seja, há uma preocupação por parte de quem explora em prejudicar o menos possível o equilíbrio entre o meio ambiente e as comunidades humanas e demais seres vivos que dele dependem para sua sobrevivência.
Hoje em dia tornou-se comum e alvo de discussões a exploração de recursos naturais na Amazônia e suas negativas consequências ao meio ambiente.
O conceito de sustentabilidade tal como ele se define hoje, foi criado em meados da década de 80, quando a ONU intensificou os debates sobre questões ambientais , e sob a chefia de Gro Harlem Brundtland, então primeira minisitra da Noruega, ocorreu a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que resultou em um documento chamado Relatório Brundtland ou simplesmente Nosso Futuro Comum. Apresentado em 1987, definia as bases do conceito de sustentabilidade traduzido-o em “aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas necessidades”.
Nessa perspectiva questões como mudanças climáticas, biodiversidade em risco, hábitos e processos ambientalmente devastadores, lixo, escassez de água, necessidades energéticas, centros urbanos em crescimento caótico, produção de alimentos, educação, saúde passam a ser discutidos com mais expressividade.
Existem organizações governamentais ou não que aderiram essa temática como um meio de melhorar e alterar a situação do meio ambiente, com o intuito de preservar as comunidades diretamente relacionadas às problemáticas ambientais e também diminuir os agravos ao meio ambiente.
Para o autor Abreu (2008), “as idéias de projetos empresariais que atendam aos parâmetros de sustentabilidade, começaram a multiplicar-se e a espalhar-se.” Contribuindo para que “áreas que antes eram consideradas meramente extrativistas e que estavam condenadas ao extermínio por práticas predatórias hoje tem uma grande chance de se recuperarem após a adoção de projetos de exploração com fundamentos sólidos na sustentabilidade e na viabilidade de uma exploração não predatória dos recursos disponíveis.”
No entanto, esse número ainda é pequeno, pois muitas corporações associam a aquisição de projetos sustentáveis com gastos.

“Infelizmente, devemos reconhecer que a sustentabilidade empresarial ainda não é um tema central em muitas empresas. (...) muitas corporações associam a idéia da sustentabilidade empresarial a um aumento nos custos de operação e nos preços de venda; o que provocaria um risco aos seus produtos e a sua penetração no mercado consumidor.” (Abreu, 2008)
Mas, não se pode esquecer que atitudes sustentáveis possibilitam o fortalecimento da credibilidade das empresas com seus respectivos e variados públicos, haja vista que a massa consumidora possui o poder de compra e escolha em suas mãos, se tornando então uma forma de pressionar os empresários, já que muitos aderiram o conceito de sustentabilidade, mudando consideravelmente seus procedimentos para evitar a perda de lucros.
Contudo, o conceito de ser sustentável gera novas discussões e ainda é algo novo para o meio empresarial, pois isso requer mais empenho da mídia para continuar demonstrando as ações ou medidas simples como economizar ou reciclar apenas papeis.

3 – SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
Atualmente o mundo vem passando por grandes transformações. A cada instante a poluição do ar, as queimadas, o desmatamento, entre outras práticas maléficas, causam danos desastrosos ao meio ambiente. No entanto, essas mudanças não se limitam somente à natureza, se estendendo também à sociedade e à sua relação com o meio em que vivem.
A cada dia os indivíduos estão mais exigentes no que diz respeito ao meio ambiente, no sentido de contestar as ações negativas realizadas pelo homem com a natureza, na busca pela melhoria no convívio social.
Sabendo da necessidade em modificar o relacionamento com a natureza, de modo a contribuir com a diminuição da degradação ambiental, e estando ciente que hoje as pessoas estão mais conscientes com relação à temática, empresas inserem-se nesse contexto, visando o melhoramento de suas políticas empresariais, utilizando práticas mais voltadas ao benefício do meio ambiente e da comunidade. A esse novo modelo, pode-se chamar de sustentabilidade empresarial, ou seja, empresas mais preocupada com a relação homem - natureza.
A massa consumidora representa uma pressão constante sobre as empresas e suas práticas de produção e de prestação de serviços, criando nestas a necessidade de adaptarem seus procedimentos ou de mudarem sua forma de agir de forma drástica e rápida; sob pena de verem suas vendas (e seus lucros) caírem vertiginosamente de forma perigosa e arriscada.
Apesar de todos esses argumentos, a sustentabilidade não é foco principal ou pelo menos ponto de partida para a elaboração de planos de ação em grande parte das empresas no cenário nacional e internacional, uma vez que associa sua prática a um aumento nos custos de operação e nos preços de venda, o que provocaria um risco a seus produtos e a sua penetração no mercado consumidor.
No entanto, aos poucos essa visão vem sendo revertida pela conscientização cada vez maior dos consumidores e a real pressão que esses grupos vêm fazendo sobre o mercado e, consequentemente, sobre as empresas, fazendo com que elas se conscientizam de que ou mudam sua forma de agir e controlam seus procedimentos produtivos, atuando de forma mais sustentável, ou seus produtos acabarão sendo deixados de lado e elas perderão mercado, pois à medida que seus públicos criarem uma consciência sustentável, este será o único meio de manter-se.

4 - A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE
Em meados dos anos de 1960 a 1980 o Brasil passava por uma situação política conturbada, onde o governo era marcado por um regime totalitário e a opinião pública era desconsiderada. As atuações do governo brasileiro naquela época não se tornavam públicas. Dessa forma, com o passar dos anos e a implantação do regime democrático, a opinião pública tornou-se algo novo para os grupos sociais.
Com os direitos dos cidadãos sendo conquistado pouco a pouco, como Diretas já, eleições, Código de Defesa do Consumidor, houve um considerável fortalecimento da sociedade e uma grande mudança no comportamento do consumidor. De maneira que os indivíduos começaram a tomar iniciativas frente às empresas, no sentido de reivindicar seus direitos e exigir mais, fazendo assim com que os empreendimentos percebessem a importância da comunicação com seus públicos com o intuito de garantir uma boa imagem institucional.

“As empresas passam a dar maior atenção a essa nova configuração e assumem a necessidade de comunicar-se com os públicos com os quais elas se relacionam: funcionários, clientes, fornecedores, imprensa, comunidade, governo etc. Assim, a Comunicação adquire função eminentemente estratégica, uma vez que as instituições passam a ter consciência da importância da imagem institucional no mundo dos negócios”. (CREMONINE, 2005)
Segundo a autora, as empresas atuais têm consciência que o objetivo é buscar o lucro e estar sempre com o saldo positivo. No entanto, é enfatizado que para que a empresa tenha um bom rendimento na comercialização de seus produtos ou serviços, a sua imagem perante seus diversos públicos, sendo eles tanto o interno como o externo deve ser eficiente, de maneira que a reputação seja positiva e que o empreendimento possua credibilidade diante do público.
Sendo assim, o resultado da oferta dos produtos/serviços ofertados pela empresa está intimamente ligado a imagem institucional, pois as qualidades das empresas são transferidas para os bens oferecidos.
O século XXI apresenta como fator de poder a informação - e informação é matéria fundamental para a comunicação. Seu uso, discriminação e controle, de forma planejada, a partir dos objetivos determinados pela empresa, nortearão as instituições que se prepararam para a perenidade. (CREMONINE, 2005).
As ações voltadas à busca de uma eficiente imagem perante os públicos dependem da comunicação institucional, que é a responsável direta, pela construção e formatação de uma imagem e identidade corporativas fortes e positivas de uma organização.
Diante disso, ela está intrinsecamente ligada aos aspectos corporativos institucionais que explicitam o lado público das organizações, constrói uma personalidade credível organizacional e tem como proposta básica a influência político-social na sociedade onde está inserida.
A comunicação institucional enfatiza os aspectos relacionados com a missão, a visão, os valores e a filosofia da organização e contribui para o desenvolvimento do subsistema institucional, compreendido pela junção desses atributos.
A Comunicação institucional vem ganhando crescente importância nos últimos anos. A estratégia de posicionamento da marca define a estratégia de comunicação da empresa, sendo que essas ações visam tanto o público interno (funcionários e administradores) quanto o externo (clientes, parceiros comerciais, acionistas, etc.).
O posicionamento é a marca da comunicação, pois é a imagem que o produto ocupa na mente do consumidor. Entretanto, essa criação permite uma posição na mente de seu cliente preferencial, a qualidade ou atributo que chame atenção.
Como podemos perceber as empresas estão investindo pesado para manter a boa aparência e assim causar um grande impacto aos consumidores. Tudo isso é imagem institucional, no entanto é importante perceber que em todo o momento, surgem inovações para conquistar mercados e por fim consumidores novos e fieis.
Para obter êxito em sua empreitada, a comunicação institucional deve ser conhecedor de outros aspectos como a valorização do consumidor, ecologia, cidadania e a parceria, que são primordiais em um processo comunicativo que visa alcançar um maior número de consumidores, haja vista que todos são um meio importante de interação empresa-público alvo, pois cada um dentro de sua competência visa o bem estar e valorização do consumidor, pois se inserem de forma integral na vivência de cada um.
Contudo não é possível afirmar que estas ações serão eficazes em todos os segmentos, pois cada um se identifica de forma diferente a cada questão, sendo desta forma primordial que o profissional da comunicação esteja apto a perceber estas oscilações, para que consiga adaptá-las de forma a conseguir um resultado condizente com as aspirações e determinações da instituição. Por isso que a comunicação e a sustentabilidade vêm ganhando crescente importância nos últimos anos.
A estratégia de posicionamento da marca define a estratégia de comunicação da empresa e é condição prévia para uma efetiva comunicação sustentável.

[2]ABREU, Carlos. Sustentabilidade? O que é Sustentabilidade. Disponível em
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tornou-se notório as grandes alterações que o mundo vem sofrendo na atualidade, seja na rapidez das informações, no cenário social até as questões ambientais.
Atividades catastróficas que atingem diretamente o meio ambiente são ações “comuns” exercidas pelo homem em seu desejo de prestígio na sociedade, na busca de melhoria na sua “qualidade” de vida. Entretanto, o que antes não era tão cobrado pela sociedade, hoje se tornou foco de cobrança e conscientização, haja vista que a cada dia as pessoas estão mais conscientes e mobilizadas a combater atos maléficos à natureza.
Atentas as necessidades de mudar a realidade empresarial, como resposta as novas tendências, ao mundo globalizado, com as novas exigências financeiras, políticas e sociais, empresas estão mais predispostas a mudar o modelo vigente, adotando novas políticas que atentam À crescente necessidade de implementar ações sustentáveis. Apesar da idéia que muitos empresários têm de que sustentabilidade dentro das empresas é desperdício e causam perda nos lucros.
Com o comprometimento e consciência das empresas em realizações de práticas sustentáveis, o valor empresarial perante a sociedade tende a aumentar, formando um público mais fiel e uma organização com mais credibilidade. Haja vista que as empresas estão com foco maior nas relações sociais, a qualidade ao tratamento da relação interna- externa, legitimando ainda mais os valores, a cultura organizacional diante dos seus públicos.
Dessa forma, a adoção da temática de sustentabilidade por parte das empresas é de suma importância para a comunidade com o qual a empresa interage, assim como com o relacionamento com seus públicos, no sentido de que a partir da implantação de atividades sustentáveis que visem o bem estar da sociedade e a preservação da natureza, há um aumento da credibilidade, proporcionado não só uma imagem institucional favorável à organização, como também um novo público consumidor.
Tendo em vista, que o conceito de empresa - cidadã, marketing social estão sendo utilizado com maior freqüência no mundo dos negócios e levantando debates, discussões sobre a sustentabilidade, desenvolvimento sustentável e sustentabilidade empresarial. Com isso, a comunicação está inserida nesse contexto empresarial e juntamente com o relacionamento com seus públicos.


REFERÊNCIAS

ABREU, Carlos. Sustentabilidade? O que é Sustentabilidade. Disponível em
Cremonine, Izolda. Imagem institucional forte, empresa satisfeita. Disponível em < http://www.rpalternativo.ufma.br/artigos/Imagem_institucional_forte_empresa_%20satisfeita.pdf. SP, 2005. Acessado em 06/08/2009.

MURIEL, Maria Luísa; ROTA, Gilda. Comunicación institucional: enfoque social de relaciones humanas. Quito: Andina,1980.


domingo, 26 de julho de 2009

MAIS DO QUE SE PENSA

Nos dias de hoje é comum ouvir falar em sustentabilidade. Mas afinal o que isso significa? Para as pessoas que ainda não conhecem, o termo é utilizado para as ações voltadas à preservação dos recursos naturais, encontrados no meio ambiente, com o intuito de contribuir para o bem estar das gerações futuras. Segundo a Wikipédia "a sustentabilidade é prover o melhor para as pessoas e para o ambiente tanto agora como para um futuro indefinido".

Apesar do pouco conhecimento que ainda se tem sobre o assunto, tornou-se evidente que algumas empresas e porque não dizer muitas, aderiram a causa para dentro das organizações, ou seja, o que antes nem era comentado agora já faz parte do cotidiano empresarial.

O objetivo se trasformou em ferramenta, pois além de contribuir para com as populações locais onde muitos projetos são implantados e também com as que ainda surgirão, a adoção do "verde" por parte das empresas tem contribuido consideravelmente com a imagem institucional. Dessa forma, quanto mais os empreendimentos têm utilizado essa prática, maior credibilidade e relacionamento de confiança tem se contruido nessa relação. Assim, o que era para ser um procedimento que visasse a responsabilidade social, tornou-se um método para outros fins, como colaborar com a criação e manutenção de uma imagem institucional favorável.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Como se constrói a imagem e o que é imagem institucional.

A palavra imagem vem do latim imago, o que expressa a representação visual de um objeto. Segundo a Wikipédia: “Em grego antigo corresponde ao termo eidos, raiz etimológica do termo Idea ou idéia (...)”. A partir da teoria do Idealismo, de Platão, a imagem é considerada como uma projeção da mente. “O termo tem três dimensões não fixas: a imagem expressa uma subjetividade, assinala uma realidade ou comunica uma mensagem” (SOUSA, 2006, não paginado).

A subjetividade é um fator dominante para as diferenciadas percepções da mesma imagem. Assim, as referências culturais do indivíduo, assim como as experiências adquiridas no decorrer da vida, o ambiente e o contexto histórico o qual está inserido são de suma importância para que cada sujeito tenha a sua percepção a respeito de uma empresa. Ou seja, as pessoas individualmente, ao receberem a mensagem do emissor adotam uma posição em relação ao que é passado, podendo então aceitar ou não os fatos.

No texto consultado, de autoria de G. Sousa, do ano de 2006:

Em que pesem as dimensões da realidade, ou seja, os fatos, os dados, a essência do que a
organização é e da comunicação em que a mensagem é comunicada ao sujeito público,
interlocutor num processo dinâmico, a subjetividade dos públicos é relevante na formação dessas imagens. A comunicação vai exercer o papel de mediador entre a realidade da organização e a subjetividade dos públicos.

Toda empresa possui uma personalidade, reputação e caráter que pode ser positivo ou negativo perante a opinião pública. No entanto, a construção desses valores depende do contexto social-econômico-político-cultural o qual o indivíduo, a organização ou o grupo social pertencem, para que posteriormente sejam formadas as concepções a respeito do empreendimento em questão.

Para Kunsch (2003, p. 170 apud SOUSA, 2006, p. 5) “imagem tem a ver com o imaginário das pessoas, com as percepções. É uma visão intangível e abstrata das coisas, uma visão subjetiva de determinada realidade”, dessa forma a autora enfatiza que cada sujeito tem uma percepção do que é passado pelas empresas, o que é compartilhado pelo autor Schuler (2000 apud SOUSA, 2006 p.5) onde pronuncia que “a imagem de uma organização corresponde ao modelo mental que os indivíduos formadores dos seus diversos públicos criam para representá-la, sempre que pensam nela.” Sendo assim, as percepções que o público tem de uma organização, quer seja positiva ou negativa é que será a imagem da entidade.

Para que a imagem institucional seja percebida pelos seus públicos de maneira positiva e que haja uma otimização nos resultados do empreendimento, são necessários um eficaz planejamento estratégico e ações comunicacionais eficientes tanto com os públicos internos, ou seja, os colaboradores, fornecedores, como com os externos à organização. De tal modo, no que se refere ao público externo, a organização precisa conhecer as necessidades e peculiaridades de seus diferentes públicos.

A imagem corporativa a ser criada e mantida pela instituição, para que seja favorável à sua sobrevivência e desenvolvimento deve ser buscada mediante o equilíbrio na identificação das características e necessidades dos seus diversos públicos e a própria auto- percepção identitária da organização. (MURIEL, ROTA, 1980, p. 53 apud SOUSA, 2006, p.6).

Outro autor avalia a imagem institucional de forma sintetizada, onde ele diz que “a imagem corporativa é a integração na mente de seus públicos de todos os inputs emitidos por uma empresa em sua relação ordinária com eles” (VILLAFAÑE 2004, p.30 apud Sousa, 2006, p. 7).

A formação da imagem se dá em um processo gradativo e lento, que ocorre no dia-a-dia das organizações, sendo fixadas na mente dos públicos através das ações realizadas. Assim, podemos falar da imagem pública, que se relaciona à imagem conceitual e a visual, onde a última representa tudo o que o público pode ver de uma organização, ou seja, o que é percebido à primeira vista. Já a imagem conceitual refere-se às características da empresa. Mas é notório que a imagem conceitual é a mais importante e a visual a complementa, pois o mais relevante são as características de uma empresa, do que ela realmente se constitui.

"Nem como meio de se construir imagens (públicas), a imagem visual é especial. Imagens se fazem com ações e com discursos, principalmente, e,além disso, com configurações expressivas que incluem claro, elementos visuais, ao lado de tantos outros" (WILSON).

Segundo Sousa, o autor villafañe diz que a imagem corporativa seria a síntese da identidade organizacional demonstrada a partir de seu comportamento, cultura e sua personalidade corporativa, os quais projetam uma imagem funcional, interna (auto-imagem) e intencional respectivamente e constroem na mente de seus públicos essa gestalt que é o que denomina de imagem corporativa (2004, p. 46 apud SOUSA, 2006, p.8).

Segundo Aubrey Wilson (apud SOUSA, 2006, p. 7) existem níveis de imagem, que são: a imagem corrente, ou seja, como o mercado realmente vê a instituição; imagem de espelho, que é a forma como a instituição acredita ser vista, denominado de auto-imagem; a imagem desejada, que se caracteriza pela maneira que a instituição gostaria de ser vista; e a imagem ótima, que é a que ajudará a instituição chegar aos seus objetivos.

domingo, 14 de junho de 2009

Iracema, uma transa Amazônica


O filme é uma produção paraense, de 1970, com direção de Jorge Bodanzky e Orlando Senna. Iracema é uma índia prostituta que conhece um caminhoneiro em Belém e segue viagem com ele pelas estradas do Pará. Até que o caminhoneiro deixa Iracema em algum lugar distante da capital.

O filme mostra a realidade vivida por muitas meninas que chegam a Belém de localidades longínquas, com pespectivas de melhorar de vida e depois percebem que a prática é bem diferente.

Iracema evidencia a prostituição, principalmente entre menores, e problemas da região, como o desmatamento, as más condições de trabalho e saúde e a venda de camponeses.

Para quem gosta de filmes que retratam a realidade, "Iracema, uma transa Amazônica" é uma boa pedida.

Eu indico!

INDÚSTRIA CULTURAL

A Indústria Cultural surgiu na Europa a partir da Revolução Industrial, no século XVIII. O termo foi inicialmente pronunciado pelos teóricos da Escola de Frankfurt Theodor Adorno e Max Horkheimer, sendo que anteriormente utilizava-se o termo “cultura de massa”, ou seja, cultura que surge nas massas. Para Adorno “na indústria cultural, tudo se torna negócio. Enquanto negócios, seus fins comerciais são realizados por meio de sistemática e programada exploração de bens considerados comerciais”.

Analisando a citação acima, é possível dizer que a indústria cultural é o ato de se converter a cultura em mercadoria. Não se referindo aos meios comunicacionais utilizados, como a televisão, o rádio, o computador, mas sim a prática social exercida pelas elites dominantes, através da possibilidade da lucratividade no mercado.

A Indústria Cultural é evidenciada através de empresas que se utilizam da comercialização da cultura com o intuito de lucrar. Neste sistema estão inseridos os veículos comunicacionais, que são TV, o rádio, internet, cinema, os jornais e revistas.

É sabido que a mídia, por ser o único veículo comunicacional massivo, que pode levar informação a todas as pessoas da sociedade, possui grande poder de influência em vários setores específicos da sociedade. Segundo Melo, “a mídia possui um importante papel cultural de formação social, e exerce grande influência na construção da opinião pública”(MELO, 2006, não paginado). Dessa forma, estes meios são produzidos de maneira que haja o aumento do consumo, com o objetivo de moldar hábitos, educar e informar o cidadão.

Para Adorno, na Indústria Cultural o homem é um simples instrumento de trabalho e consumo, sendo então um objeto. “O consumidor não é soberano, como a indústria cultural queria fazer crer; não é o seu sujeito, mas o seu objeto” (Adorno, 1967). Para o autor, o homem é um Ser tão manipulado que seus momentos de lazer se tornam uma expansão do trabalho. Ele cita como exemplo o cinema, que antes era considerado como arte e tinha por objetivo o entretenimento, agora se tornou um meio de manipulação.

Outro exemplo que pode ser mencionado é a festividade do “Círio de Nossa Senhora de Nazaré” que acontece em Belém, onde apesar de ser uma festa religiosa, que reúne todos os anos na capital paraense fies das mais distintas localidades, louvando a mãe de Jesus, sendo considerada por muitos como “uma das mais belas e fenomenais manifestações do culto e da glorificação”, funciona também como um fim mercadológico para outros.

Apesar da “carga” emocional e religiosa que possui, o Círio é um meio pelo qual as pessoas aproveitam para venderem seus produtos. Muitos materiais são produzidos utilizando a imagem da Santa, como chaveiros, camisas, garrafas de água mineral, adesivos, entre outros e comercializados para turistas e residentes da região, sendo assim, a festividade é um meio eficaz para aumentar o lucro. Deixando de ser somente a festa religiosa, para atender as necessidades de comerciantes e ambulantes.

“O samba enquanto gênero musical moderno foi se transformando para se propagar nos novos meios de comunicação que surgiam, como a rádio e a indústria do disco, ao mesmo tempo que também se transformava em nosso símbolo cultural.”

A partir da citação acima é possível dizer que a música, no exemplo em questão, o Samba, é um exemplo de uma mercadoria cultural.

O surgimento dos discos no Brasil deu-se em 1902, com o tcheco Frederico Figner. Assim, após o surgimento da sociedade Phonográfica a vendagem aumentou consideravelmente entre as classes populares, surgindo também revistas especializadas em música Na década de 60 houve um considerável desenvolvimento do mercado de bens culturais, mas somente a partir de 1970 é que a indústria do disco se estrutura. Neste momento, com a melhoria das gravações e com o lucro proporcionado pelo Samba, surgiram cantores de diversas classes sociais.

Dessa maneira, pode-se dizer que a música, apesar de ser uma prática cultural cujo intuito é proporcionar lazer e entretenimento para as pessoas, cada dia que passa vem sendo alvo dos empresários musicais, que aumentam o valor dos produtos, pensando na lucratividade que os produtos musicais irão proporcionar.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

INCLUSÃO DIGITAL

Por Vanessa Dantas

Ao decorrer do tempo a tecnologia vem sofrendo grandes transformações no que se refere aos instrumentos tecnológicos, como a televisão, aparelhos celulares e computadores, além da criação de novos dispositivos como o Touch Screen e o ipod, sendo que frequentemente são inovados e lançados outros aparelhos.
Aliado ao progresso tecnológico está a rapidez das informações e as mudanças no cotidiano das pessoas, onde hoje, existe a possibilidade de pessoas de países distantes, além de poderem se comunicar por meio da internet, também conseguem se ver pela Webcam, assim como, saber o que acontece em outros lugares de qualquer parte do mundo em tempo real.
No entanto, nem todas as pessoas têm acesso à informação e muito menos aos aparelhos tecnológicos que possibilitam o contato com o conhecimento. Mas ao contrário do que se pode pensar, existem nos dias atuais a preocupação por parte dos governos de muitos países, inclusive o Brasil, de permitir o acesso aos meios tecnológicos para as sociedades que ainda não os utilizam, com o objetivo maior de proporcionar a inclusão social e a troca de conhecimento entre todos. Denominado de inclusão digital ou infoinclusão, ou seja, quando há a democratização do acesso às tecnologias da informação, incluindo o cidadão na sociedade da informação, de forma a contribuir na melhoria das condições de vida de todos.
Contudo, para que a inclusão digital aconteça o indivíduo necessita do instrumento tecnológico, como o computador, o acesso à rede e principalmente saber manusear essas ferramentas. Entre as estratégias da inclusão digital estão a implantação de projetos e ações que visam facilitar às pessoas de baixa renda o contato com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), incluindo também o desenvolvimento de tecnologias que facilitam a acessibilidade para usuários com deficiência.